quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Panca!


Fiz para As Patrícias uma matéria sobre a estilista Carla Bal e sua marca, a Panca. Posto aqui a entrevista na íntegra, já que a sinceridade da moça impressionou. Veja aqui sem cortes :P

Qual o conceito da marca?
Em primeiro lugar eu não me importo muito com a produção em escala. A PANCA é uma marca para poucos e bons clientes. É importante lembrar que tem muito trabalho manual, quase artesanal nas minhas roupas.
Minhas principais inspirações são minhas experiências de vida e, por isso, quero deixar bem claro pro mundo que procuro encontrar beleza em coisas normalmente vistas como feias.
A escolha do mone da marca já diz muita coisa... É quase uma catarse, as roupas são feitas pra quem não procura moda, são feitas pra quem busca estilo e atemporalidade. Não é pra quem se importa com a opinião dos outros e assume sua loucura ou insanidade em qualquer momento.

Pq o apelido Panca?
Fui muito doida. Muito, mesmo. Depressão, problemas com bebida. Felizmente a moda surgiu ma ninha vida e hoje em dia é um dos pilares pra que eu me mantenha calma e focada. Vou buscar trazer isso a tona nas minhas coleções por que acredito que amar alguma coisa(no caso a moda) é o que nos mantem em pé. E fora que falar isso e não esconder de ninguém é uma forma de dizer: - Olha...A minha vida foi assim e mudou... Se tu tem alguma coisa errada pode mudar, também.
Independente dos problemas que passei sei que as marcas de PANCADONA(que é como me chamam) ainda existem e me fazem ser quem sou.

Qual público tu pretende atingir com esse clima Tim Burton?
Fiz um levantamento de quem realmente quis as roupas e isso é bem claro... São pessoas que já viveram a noite e a boemia mas que estão bem em seus trabalhos e sabem que as trivialidades da vida precisam de arte pra ter valor. Diversos tipos de gente me procuraram, mas é tão amplo esse universo(em termos de idade e profissão) que sei que o principal é a arte e a criação. São pessoas que não querem vestir camistas básicas ou saias tulipa, essa gente procura detalhes, minucias. Minha roupa é bem adaptável e nessa "brincadeira" arrecadei como clientes jovens senhoras riquissimas e gurias estagiárias da publicidade. O grande lance é ver que não é o preto que predomina.. São os detalhes.

O que tu pretende fazer agora?
Estou montando uma coleção de inverno pra ser apresentada em janeiro. Pulei o verão por questões mercadológicas, pra conseguir fazer com que a PANCA seja mais programada comercialmente. Tenho feito muita coisa por encomenda, mas acredito que não quero isso como futuro, é apenas um momento da minha carreira.

Agora vamos vender o peixe, como funcionam as vendas?
Vendo das três formas. A coleção que foi desfilada no Donna só é vendida por encomenda, até faço as peças sob medida. Algumas lojas me procuraram. Mas como acredito no perfeccionismo não achei que essa era a hora de fazer grade e vender uma produção em locais que eu não acredito 100%. Meus produtos não foram feitos para estarem do lado de camisetas silkadas. Não acho que isso seja ruim...Mas não é o meu foco.

Tá adicionando peças novas na coleção?
Não. A coleção foi aquilo e é aquilo que pretendo vender.
Não quero me tornar uma grande grife que faz roupas conceituais para desfile e que depois não tem as peças na loja. Quero manter uma linha comercial diferenciada, sem mais, nem menos. Se tu quer é aquilo que tem, e é aquilo que tu pode ter.

Planos para uma nova coleção?
Está sendo construída. Busco um trabalho com algum fundo psicológico, que dê sentido em buscar na minha depressão ou problemas antigos como inspiração.

Quem mais trabalha pra confeccionar as roupas ctgo?
Tenho uma equipe de costureiras e modelistas espalhadas pelas cidade.
Como não coloquei as peças em grande produção elas ainda dão conta do recado. Mas na minha história tem muita gente envolvida... O Edilson Cardoso, que é artista plático e fez as imagens do telão e o fundo de palco dos desfiles; meu namorado, o Fidel, que me ajuda em toda a estética da comunicação; meu pai que virou meu motorista e patrocinador; o Cesar Augusto do Mirage Intercoiffure que dirige a beleza das fotos; a Aline Matias que se envolveu na beleza do desfile da OI... Meu trabalho é feito em equipe. Cada um na sua área fazendo com sua criatividade o que faz bem. Claro que tento dirigir tudo, mas minha opião, quando passa pro trabalho dos outros é apenas mais uma opinião.

1 comentários:

Anônimo disse...

Sério ... quem essa pessoa acha que é ?? Quanta arrogância pra quem tá começando ... Não acredito que isso seja sinceridade. Isso é pretensão mesmo!

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