Tramas de meia-estação

O frio está começando a dar as caras, e junto com ele, todo o charme do figurino invernal, com seus tricôs e peças pesadas. Mas se engana quem pensa que o tricô é curinga apenas na estação mais fria. Muitas peças recebem releituras e toques de leveza, se tornando perfeitas para a composição primavera/verão. As peças tramadas podem ser usadas em sobreposições ou até mesmo como destaque do look, que é o caso dos vestidos de tricô.

A peça se destacou na última temporada e promete ser hit das próximas estações. Prático e elegante, o vestido de tricô pode tomar diversas formas. Você pode investir nas botas de cano longo para formar o duo fatal ou ir para opções mais sóbrias, acrescentando como acompanhamento sapatilhas ou scarpins.

Nas sobreposições, o charme pode ficar por conta de um cardigã mais leve, sempre presente nas criações de meia-estação. Você pode jogar a peça por cima de um vestido, de uma calça jeans e até mesmo apostar na bossinha de usar viradinho para trás. As mais clássicas também contam com a opção do suéter, que fica uma delicadeza quando sobrepõe camisas ou vestidos com colarinho. Um cintinho para marcar a cintura também é bem-vindo em peças máxi, que alongam a silhueta. A regra é usar a criatividade para compor o seu estilo.

Londres, capital de todas as modas

Seja pelos remanescentes punks com seu “faça você mesmo”, pelas meninas com laços na cabeça e repletas de sobreposições, pelos garotos de ternos ajustadíssimos que resgatam o espírito mod, Londres exala moda e estilo. Para comprovar essa impressão, na última semana a cidade recebeu o título de capital da moda em 2011. Segundo uma pesquisa do Instituto Global Language Monitor, a terra da Rainha foi a mais mencionada quando o assunto era moda, desbancando Nova York.

E como toda metrópole, as opções para quem procura por moda são muitas e para todos os gostos. Desde a famosa Selfridges, abrigando as marcas mais luxuosas do planeta, às feiras alternativas, uma verdadeira instituição da capital inglesa que fecham ruas nos finais de semana. Para quem, como eu, prefere se perder nos corredores apertadinhos e garimpar achados nas araras ao ar livre, Portobello Market e o mercado de Camden Town são ótimas alternativas e item obrigatório na listinha.

A tranquilidade de um dos bairros mais charmosos e refinados de Londres é quebrada todos os sábados por centenas de bancas e lojas que recebem turistas e londrinos em busca de um toque alternativo para o visual. Ao caminhar em meio às tradicionais e sofisticadas casas de Nothing Hill a surpresa vem depois de alguns quarteirões, quando logo se avista uma multidão passando por barracas de frutas, verduras, tecidos, óculos de sol. O mercado de Portobello ocupa a longa avenida do bairro e ainda se embrenha para dentro de algumas quadras, mostrando toda a variedade e preço camarada que uma feira de rua pode oferecer. Lá você encontra rolos de tecidos, discos, comida árabe, acessórios hippies e punks e peças que trazem as tendências das grandes marcas para as ruas. Mas o que predomina é a moda alternativa, com camisetas de bandas, calças skinny e coturnos por todos os lados. Os preços das camiseta e vestidos variam entre 15 e 20 libras, mas, se você for boa na pechincha, esse é um bom local para praticar.

No dia seguinte, para dedicar todo o fim de semana à cultura underground, a cidade acolhe o mercado de Camden Town. O bairro é conhecido por ser o recanto dos imigrantes irlandeses, ganhando diversos pubs e fama de boêmio. Não por acaso Amy Winehouse escolheu a Camden Square como morada. Longe da aristocracia e dos ares da realeza, o bairro é acolhedor e com muita coisa a ser explorada, principalmente aos domingos, quando a feira acontece. E o ambiente desperta os sentidos. Além de preparar as pernas e o olhar, fique atenta aos aromas de culinárias de todo o mundo, acompanhados dos sotaques. A diversidade não para por aí. O local também ficou conhecido pela grande quantidade de tatuadores e lojinhas com produtos de Cannabis - até pirulito é vendido por lá. Caminhando pelas ruas de Camden Town, você também pode sair com uma estante antiga restaurada, uma discoteca completa e guarda-roupa renovado. Basta ter paciência, algumas libras no bolso e disposição para percorrer as diversas ruas de um dos melhores lados que Londres pode oferecer.

High ligths do Minas Trend Preview

Como a gente já tinha adiantado por aqui, o verão 2012 vem repleto de elementos 70´s, com pantalonas, saias longas, estampas abstratas. Outra tendência que promete marcar a estação mais quente é o tropicalismo, enchendo a temporada de estampas florais e referências à natureza. Plissados, listras, hotpants, os hits são para todos os estilos. Essas são apenas algumas pinceladas do dos essenciais do Minas Trend Preview. Dá uma olhadinha nos high ligths.

As pantalonas já estão mais do que confirmadas para a próxima estação. Em Minas, elas apareceram bem clássicas, em tons neutros e também decoradas por animal prints. Um modelo diferenciado também surgiu nas coleções, bem a cara do verão: as pantalonas vazadas, de renda ou couro, que completam a lista e reforçam a onda 70’s.

Falando nisso, os comprimentos permanecem longos. As saias surgiram em dois grupos, os modelos de influência riponga, com estampas quase psicodélicas, e os clássicos, lisos e de tecidos nobres, como couro e seda. Se a peça já está fazendo sucesso no inverno, guarde a sua para o verão.

Pegando carona nas estampas coloridas, o tropicalismo vem forte para o verão 2012. Estampas de flores, plantas, pássaros e tudo referente à natureza serão muito vistos na estação das cores. E cor é o que não falta nesta tendência, que mescla tons vibrantes. A ordem é dar vida aos Novos Baianos que existe em você.

Os plissados também vieram para ficar. O detalhe foi muito utilizado pelos estilistas do Minas Trend Preview e já está nas ruas, imprimindo ares de sofisticação aos looks. Vestidos, saias e até shorts receberam o recurso, ótima opção para os dias mais quentes, já que a maioria dos tecidos plissados vem leves e fluidos.

Mais uma trend que já estava confirmada: listras - culpa da Dona Prada!. Neste caso, todas as padronagens são possíveis, das mais estreitas até as mais largas. Com apenas duas cores, no clássico p&b ou misturando diversos tons, a ordem é apostar nas listras, que estão predominantemente horizontais.

Essa é para anotar na listinha de compras: camisa transparente. Combinada com saias, shorts e calças, a camisa deixa a pela à mostra e promete ser hit. Outro detalhe que a gente já tinha mostrado por aqui é o colarinho fechado, já que a transparência não combina com decotes, né?!

Por fim, a tendência para moças ousadas: hotpants. Depois de Lady Gaga trazer à tona o modelito, agora ele desce do palco e está pronto para ganhar as ruas. Quem não tiver coragem de usar na cidade pode aderir à beira da praia,em um look mais descontraído. O fato é que os estilistas já deram o seu recado e a peça vai bombar no verão.

Pescoço delineado

Pequeno, porém notável, um detalhe chamou a atenção nas passarelas internacionais: o colarinho. Com o poder de transformar o look, diversos estilistas apostaram no colarinho como diferencial. Integrado à peça ou sobreposto, ganhou o papel de contrastar com as roupas, seja em clássico p&b ou em versão colorido com neutros. Calvin Klein, Marc Jacobs, Prada e Miu Miu foram algumas grifes que investiram no detalhe como protagonista.

O clássico preto e branco foi aposta de Yigal Azrouel na semana de NY, assim como fizeram Calvin Klein, Jason Wu e Marc Jacobs, que também tem um modelo que cores em polka dots (os poás são tendencinha das mais fortes). No primeiro look, a atenção é dividida com a saia azul cobalto, assim como na combinação da Calvin Klein, que aposta em um ponto branco na outra extremidade: os pés. Os demais equilibram os tons neutros, como preto, branco e cinza. Nas ruas, a composição já foi clicada, e o neutro da vez foi o nude, outra cor forte para a próxima temporada. Antecipe!

Agora em cores, Aquilano Rimondi, Miu Miu e Prada. A primeira combinação traz o colarinho como destaque em meio às estampas, o oposto do que se vê nos outros looks, que contrastam com o preto.

E como a moda está mesmo é na rua, espia a moda que as meninas mundo afora já estão usando. A ordem é acrescentar um laço ou um colar abaixo do colarinho bem fechado. Uma bossa delicada que deixa qualquer visual com mais personalidade.

Guerra de mundos

Do faroeste ao País das Maravilhas. Quem observa o figurino dos cinco filmes indicados ao Oscar da categoria volta no tempo e faz um passeio por estilos e mundos distintos. Todas as tramas acontecem no passado, e cada uma delas aborda o tempo de uma forma particular. Na hora da criação, alguns figurinistas usaram e abusaram da liberdade e outros trataram a sobriedade com perfeição.

Indicada por Alice no País das Maravilhas, a veterana Colleen Atwood já levou duas estatuetas para casa, em 2002 por Chicago e 2006 por Memórias de uma Gueixa. Muito aguardado pelo público, o filme trouxe todo o surrealismo da história de Lewis Carroll com direção de Tim Burton. Colleen Atwood quis passar longe da clássica Alice. Os figurinos receberam toques de fantasia com respingos sombrios e a sobreposição foi um recurso muito utilizado.

Sandy Powell, ganhadora do Oscar por Shakespeare Apaixonado (1999), O Aviador (2005) e A Jovem Rainha Vitória (2009) também está na briga. Indicada pelo filme A Tempestade, Sandy também teve a chance de brincar com o mundo lúdico através da temática da feitiçaria. A trama se passa nos séculos 16 e 17, e o figurino traz grandes vestidos armados e também roupas de tribos e soldados ingleses.

Voltando para o mundo real, Jenny Beavan concorre por O Discurso do Rei. O longa mostra a vida do Rei George VI e traz figurinos que representam a elegância da família londrina do século 20. Beavan ganhou o Oscar de melhor figurino em1985 por Uma Janela para o Amor.

Em Bravura Indômita, Mary Zophres faz sua estreia na lista dos indicados. Basicamente masculino, o drama do faroeste traz figurinos em tons terrosos, franjas e lenços clássicos do western. A trama dos irmãos Coen, tem Jeff Bridges como o bem caracterizado xerife.

E a também estreante Antonella Cannarozzi foi a responsável por um dos favoritos da categoria. I am Love traz a elegante Tilda Swinton como protagonista de uma história que tem o figurino como grande aliado. A personagem principal se destaca através da cartela de cores, onde seus modelos muitas vezes são de tons vibrantes em meio aos ternos neutros. Todas as peças usadas pela protagonista são Jil Sander e foram criadas a partir de uma parceria da figurinista com Raf Simons, estilista da grife. Para completar, os acessórios são Hermés, e os ternos masculinos são Silvia Venturini, da Fendi. Luxo puro!

Todas histórias

Foi incrível fazer parte, mesmo apenas como espectadora, do projeto Araújo Vianna: todas histórias. O documentário, produzido pela LiveAD contou com depoimentos de peso para contar os fragmentos de história do famoso auditório. Júpiter Apple, Frank Jorge, Nei Lisboa e tantos outros contaram suas histórias. Imperdível! Obrigatório para quem curte o tão rotulado Rock Gaúcho (assim mesmo, em caixa alta, afinal, já é nome próprio). Passa aqui e dá uma olhada. O bacana é que se trata de um documentário colaborativo. Quem quiser incluir vídeos, fotos ou relatos, tá liberado.

Passada a emoção de ver parte da minha monografia naquelas histórias, o que marcou foi a jam session que rolou depois da exibição. Muito bacana a junção de tribos diferentes. Já imaginou Frank Jorge cantando "Camila" e Thedy Corrêa flertando com "Amigo Punk"? Só ouvindo mesmo, e é tão surreal quanto indescritível. A banda temporária já tem nome: Família Araújo - Thedy Corrêa, Frank Jorge, Wander Wildner, Nico Nicolaiewsky, Biba Meira, Lu Albo e Nico Bueno. Bacana saber que ainda se faz música por uma causa. Mesmo que seja por uma única noite.






O vídeo de Amigo Punk foi retirado do blog Lidy Araujo.

Sacode a poeira

Se tem algo certeiro na moda é que ela está sempre derrubando conceitos, preconceitos, regras. O que antes não podia, hoje pode. Um exemplo disso são os sapatos superpesados com peças leves e delicadas. Sim. O que hoje se tornou bem-vindo, elegante, era inimaginável anos atrás. E assim acontece com várias peças, composições, acessórios, mesclas. De renegado a desejado num pulinho. A Vogue Brasil deste mês tem uma matéria falando sobre isso, sob o inspirador título de “Nunca diga nunca”. As peças cafonas que hoje viraram bossa, segundo a revista, são a bolsa branca, a bandana , o crochê, o tênis com salto, a pochete.

Inspiradas, pensamos em mais alguns itens para acrescentar na lista dos ex-cafonas. O look jeans+jeans era de causar arrepios nos fashionistas, mas, desde o inverno passado, virou hit entre os modernos e apareceu em diversos desfiles internacionais, como D&G e Chloé, e ainda ganhou editorial na Vogue Paris.

A camisa floreada era outra injustiçada, taxada de cafonérrima. Pois ela deu a volta por cima e hoje é peça fundamental para ousados e ousadas darem uma alegrada no visual. Para os homens, geralmente mais discretos nas estampas, as opções são lindas, como as peças da R.Groove e Ausländer. Para as moças floridas, sempre sobram mais modelos. A carioca Farm, por exemplo, é sempre certeza de estampas alegres e coloridas.

Nos acessórios, os dourados vivem em uma montanha russa. Em um verão são essenciais, em outro já passam para o patamar do over. Agora com a tendência navy superforte, os dourados retomaram o posto de necessários. Nas passarelas nacionais, Cia Marítima e Neon deram uma prova de lindas e sofisticadas peças. A gente acredita que o desapego é fundamental, mas da próxima vez que for fazer a limpa no closet, pense duas vezes antes de descartar aquele ícone dos anos 80.

Matéria originalmente publicado por mim no www.aspatricias.com.br

Do presídio para Paris

Mais do que uma grife de tricô e crochê cheia de bossa, a mineira Doisélles, das designers Raquell Guimarães e Danielle Joory, desenvolve um trabalho social impressionante. Quem tricota as peças que encantam consumidoras no Brasil e em várias cidades do mundo, como Paris, por exemplo, são detentos da penitenciária mineira Professor Ariosvaldo de Campos Pires. Isso mesmo. Hoje mais de 40 homens do regime fechado manejam agulhas, linhas e tintas com habilidade singular, revelando um exímio talento manual. A gente conheceu o trabalho da Doisélles em Belo Horizonte e ficou encantada com as peças e também com a proposta de inclusão social da marca.

“Já nos primeiros dias de treinamento, descobrimos que eles estariam dispostos a aprender qualquer coisa. Acho que se a Nasa chegasse lá para ensiná-los a produzir um softwear sofisticadíssimo, eles teriam aprendido”, comenta Raquell, uma das idealizadoras do projeto, chamado Flor de Lótus.

Tudo começou quando a Doisélles, há três anos no mercado, passou a receber um volume cada vez maior de pedidos. O problema era encontrar mão de obra especializada para atender à demanda. “Minhas poucas tricoteiras nem sempre tinham tempo disponível. Tinham problemas domésticos, familiares, enfim, funções compreensíveis no cotidiano de qualquer mulher, mas que, infelizmente, não seriam compreendidas pelo meu cliente, pelo meu prazo”, comenta a designer. Em busca de soluções, a estilista teve a ideia: um presídio. E procurou os trâmites legais para realizar o projeto.

Depois de 40 dias de treinamento, os mais hábeis foram selecionados e passaram a trabalhar diariamente, inclusive aprimorando o processo de produção. “Eles têm ideias bárbaras e soluções muito criativas”, observa Raquell, lembrando de quando criaram um varal rapidamente, com fios e tampas de canetas bics derretidas usadas como pregos, para estender as peças recém-tingidas.

E mais do que isso, os presos passaram a criar, viraram estilistas. Sim. As sobras de material foram sendo tricotadas por eles em modelos que os próprios desenhavam. Um dia, um mais corajoso, mostrou para dona Raquell o resultado. Ela ficou encantada. E o colete criado por Carreto, o preso, ganhou nome próprio e vendeu mais de 400 peças em Paris. E muitos outros passaram a fazer parte da coleção Doisélles.

Além de aprender um ofício, reforçar a auto-estima, exercitar a criatividade, o detento ganha um dia a menos na pena a cada dia trabalhado, ¾ de um salário mínimo por mês, que é depositado em conta e reajustado pelo índice da poupança, e um extra por peças produzidas. Dois deles, já libertos, estão trabalhando no ateliê da grife. Exemplar, não?!

Matéria escrita por Patrícia Pontalti, originalmente publicada no www.aspatricias.com.br

Birman, sapateiro de luxo

Bem-sucedido e respeitado, Alexandre Birman é um dos mais importantes empresários da moda brasileira. Aos 33 anos, faz questão de ser chamado de sapateiro. A profissão está no sangue. A marca Arezzo, da qual é vice-presidente, nasceu nos fundos da casa do pai. Desde então, os sapatos são peça-chave na vida do mineiro, que hoje está a frente da Schutz e da marca que leva seu nome, lançada em Porto Alegre semana passada. A grife de luxo Alexandre Birman é objeto de desejo de americanas e europeias e a partir de dezembro, como ele me contu na entrevista, vai estar disponível para mulheres de todo o mundo no site net-a-porter ao lado dos principais designer mundiais.

Em bate-papo com o designer empresário na flagship na Padre Chagas, em POA, Birman também anunciou outra novidade, o projeto Schutz&Friends. Dá uma olhadinha nos hight lights da conversa, na qual o sapateiro até declarou sua paixão por sapatilhas Chanel.

Posicionamento da Alexandre Birman

“Não é fácil fazer um produto com alto valor agregado no Brasil . Por isso nossa estratégia foi começar primeiro no mercado dos EUA. Várias pessoas compram os sapatos aqui no Brasil depois de verem que o mesmo produto estava na vitrine da Sacks, por exemplo. Então a estratégia foi criar o conceito de como se estivéssemos trazendo a marca dos EUA para o Brasil. “

Schutz x Alexandre Birman

“As marcas são duas coisas muito diferentes. O posicionamento de marca, por exemplo: a Alexandre tem produção limitadíssima, são 20 mil pares por ano. Já na Schutz são 2 milhões, na Arezzo 5 milhões. E nós não pretendemos aumentar esse volume na Alexandre, onde o tipo de produção é muito mais artesanal, demanda um número maior de mão-de-obra especializada, além de utilizar um material mais difícil de ser trabalhado, que é o pitton. Metade das coleções é feita com peles exóticas. A produção é limitadíssima, para cada modelo são produzidos entre 18 e 20 pares apenas.

Ícones

“Na Schutz, salto meia-pata. Na Birman, salto fino.”

Exclusividade Birman

“Os sapatos da Alexandre são confeccionados em fôrma americana, mas o diferencial é que, na loja da Oscar Freire, você pode escolher dois tipos de customização. Nós medimos o pé da cliente para fazer uma fôrma com as medidas exatas e também oferecemos a opção da customização do material, ou seja, fazemos qualquer peça da loja no material que a cliente escolher.”

Criação

“Tem duas vezes no ano que eu dedico para me inspirar, que é na Lineapelle , feira de tendências que acontece em Bolonha. Lá tem muitas tendências e é um berço de inspiração, onde eu pesquiso materiais e tendências. Mas o dia a dia também é muito importante, passo todo o dia olhando para os pés, para as mulheres, revistas. É um trabalho constante.”

Cafona x Elegante

“Vou ser bem sincero. Se tem uma coisa que eu não gosto é meia de renda, tipo arrastão. Agora um símbolo de elegância é a sapatilha clássica da Chanel. Com ela a mulher não precisa de mais nada, é o símbolo do elegante. No mês passado eu estava na Europa com a minha esposa e ela estava com um sapato Alexandre Birman, mas um pouco desconfortável, pois era salto fino. Então eu presenteei ela com a única concorrente que eu deixo ela usar (fui até pretensioso agora em me colocar como concorrente da Chanel). E ela não tirou mais a sapatilha dos pés.”

Schutz&Friends

“Essa loja de Porto Alegre é enorme, tem uma arquitetura linda, uma energia ótima. Não dá pra ter mais sapato do que já tem, então eu analisei o mercado daqui e vi que as multimarcas disponíveis são bem restritas. Então decidi juntar a fome com a vontade de comer”, comenta Birman sobre o projeto Schutz&Friends, exclusivo da loja de Porto Alegre. Essa proposta de Birman, que inaugura na primeira semana de novembro, é que a loja da Padre Chagas abrigue marcas de roupas bacanas de SP e RJ, como 284, Triya, Lolitta, Thelure, Têca (Helô Rocha), Left, Pelu e M&Guia. Como muitas delas nem vendem em Porto Alegre ou comercializam apenas poucas peças em lojas multimarcas, a Schutz&Friends vai ser um presentão.

Estamos de olho!

Quem já estava cansado das mesmas tendências pode comemorar. A temporada internacional de desfiles está aí para dar um oxigênio e uma renovada nos hits. Depois de NY, Londres termina hoje e já começa Milão, seguido de Paris. É de encher os olhos dos fashionistas. Separamos alguns itens para você ficar de olho.

Já deu pra perceber que os anos 70 estão de volta, certo? As passarelas estão com o maior aroma de 70’s, como mostraram Charles Anastase, Giles, House of Holland, Marc Jacobs e Unique. Vestidos longos e estampados, calças pantalona e cabelos volumosos dão a cara da tendência. Vale apostar, o estilo já é hit certo para o verão.

Outro estilo que aponta nos desfiles é o militarismo. Não é tão novidade assim, mas para o verão as peças militares vêm mais suaves e leves. Com a referência não tão evidente, o resultado é um visual mais limpo que pode ter a cor como personagem principal. Burberry e Kinder Aggugini apostaram no tom puxando para o safári e também na modelagem. Já Jaeger London e Paul Smith voltaram a atenção para o clássico verde militar, sempre uma boa opção.

Nas estampas, duas roubam a cena. Uma delas são as listras, talvez influência da onda navy das coleções de resort. Verticais, horizontais ou mescladas, as linhas marcaram presença nas passarelas. Burberry, Twenty8Twelve, Matthew Williamson e Paul Smith preferiram as listras tradicionais. Estilizadas e em diversos sentidos vieram as estampas de David Koma, Peter Pilotto e Jaeger London.

Outra que promete conquistar em 2011 é a estampa de réptil. Seja o couro verdadeiro ou apenas a reprodução em tecido, o desenho esteve nas coleções de Peter Som, Burberry, Altuzarra e Matthew Williamson.

Saindo das estampas para as cores, os pêssegos e rosáceos vão combinar como nunca com a estação mais quente. O tom suave, perfeito para o verão, tingiu as peças de Giles, Julien Macdonald e Unique. Bastante feminino, o tom combina com peles clarinhas, fazendo as vezes do nude, e dá um charmoso contraste nas peles morenas ou bronzeadas.

Os tons neutros seguem firme durante mais uma temporada. Do cinza ao bege, os tons predominam nos looks de Todd Lynn, Twenty8Twelve, Vivienne Westwood, Julien Macdonald e Acne.

E para os pés, uma folga. Os saltos médios e plataformas vão dominar a temporada. Marc Jacobs e Michel Kors desfilaram modelos de plataformas. Jacobs apostou no luxuoso salto, repleto de brilho enquanto Michel foi na clássica cortiça. Derek Lam criou um modelo parecido com os sapatos de gueixa, com salto reto de madeira. Philosophy di Alberta Ferreti e Alexander Wang baixaram as alturas e trouxeram o salto médio de volta. Oscar de la Renta, em um clima lady like, desfilou o delicado salto gatinho.

Meias pra que te quero!

Criativas e lindas as meias da nova coleção da Les Queues de Sardines. As fofuras estão à venda por aqui.

Making of Iaiá

Uma marca bem bacana aqui do RS é a Iaiá. A coleção de verão 2011 vai ser lançada na próxima quinta-feira. A função vai reunir blogueiras e jornalistas aqui da terrinha. Antes disso, fizemos as fotos de divulgação da nova coleção, com o talentoso Carlos Contreras. A modelo linda, linda é a Letícia, da Way Models e o make ficou por conta do Erik Maekawa. As fotos do post são minhas, um pequeno making of do ensaio. Vale a pena dar uma olhadinha no site, a coleção tá incrível! Quero tudo! Mais fotos do making of, clique aqui.

Natural sob o sol

Depois de um inverno cheio de correntes e peso, nada como um verão suave, com tecidos e elementos naturais para refrescar o closet. A pedida são tecidos como algodão, linho e ráfia. Nos acessórios, muita palha, madeiras e cordas. Sem dúvida, esse resgate naturalista responde pela corrente mais forte da temporada.

A coleção de verão 2010 da Chanel estava repleta de tecidos naturais, a exemplo da saia na foto, em tom cru e superleve. Por aqui, a Cori também apostou na saia de linho, que, combinada ao casaqueto em laranja vivo, gera um contraponto bacana. Já a Triya fez um vestido pra lá de diferente, todo trançado, lembrando o solado de cordas.

Nos sapatos há uma profusão de materiais de origem natural, principlamente a ráfia. Seguindo duas fortes tendências, navy+turquesa, Arezzo e Santa Lolla lançaram modelos peep toe e plataforma. Ainda nas plataformas, a Santa Lolla também tem um modelito todo em tons crus e até o luxuoso Louboutin se rendeu à ráfia. Stella McCartney e Cavendish aproveitaram para revestir até o salto, dando um charminho a mais para os pés.

Indo para materiais mais alternativos, Donna Karan produziu um peep toe lindo, todo de palha. Aqui no Brasil a criatividade tomou conta, basta espiar a sola de madeira da Alessa e a sandália de cortiça da Iódice.

Nas bolsas a palha predomina, como prova Chanel, apoiada pela cool Alexa Chung. A palha é muito bem-vinda para complementar os looks casuais e também é uma ótima parceira para a praia, como mostra Kate Moss. A Dolce&Gabbana criou uma opção para os homens aderirem ao estilo mais natural, mas, se o cliente preferir, a bolsa também pode ser usada como uma linda mala de viagem. Produzida no Brasil, a bolsa de Isabela Capeto lembra uma esteira de praia e ainda tem detalhes coloridos.

Para quem busca apenas um toque de naturalismo no look, chapéus e bijus são sempre boas opções. Cavendish, Alexandre Herchcovitch e Maria Bonita Extra apresentaram diversos modelos de chapéu para o verão 2011.

Nas bijus, Andrea Marques deu um belo formato à madeira, e Juliana Jabour mostrou uma trança de cordas para embelezar o pescoço. Outra opção é procurar acessórios de capim dourado. São lindos e você encontra em qualquer feira de artesanato. O bacana é sentir a natureza mais pertinho de você neste verão. As japonesas estão adorando essa ideia de palha, olha esse site que encontramos. Elas se jogaram e nós não vamos ficar para trás, né?!

Publicado originalmente por mim no www.aspatricias.com.br

Água e óleo

Bacana e chocante o editorial de moda que o experiente fotógrafo Steven Meisel clicou para a Vogue Itália desse mês. No ensaio Água e óleo, a modelo Kristen McMenamy aparece coberta de óleo em uma praia, fazendo alusão ao vazamento de petróleo no Golfo do México que matou e prejudicou diversas espécies da fauna local. As fotos são dramáticas e a prioridade não é mostrar a tendência do outono europeu, apesar dela estar lá, representada pelas cores escuras. Kristen representa claramente os animais que agonizaram em meio a tanto óleo, resultando em um editorial bastante artístico. Mais do produzir fotos esteticamente interessantes, o ensaio faz com que os leitores reflitam. Na capa, apenas uma frase, que resume tudo “A última ond Clique aqui para ver o making of das fotos.