Bem-sucedido e respeitado, Alexandre Birman é um dos mais importantes empresários da moda brasileira. Aos 33 anos, faz questão de ser chamado de sapateiro. A profissão está no sangue. A marca Arezzo, da qual é vice-presidente, nasceu nos fundos da casa do pai. Desde então, os sapatos são peça-chave na vida do mineiro, que hoje está a frente da Schutz e da marca que leva seu nome, lançada em Porto Alegre semana passada. A grife de luxo Alexandre Birman é objeto de desejo de americanas e europeias e a partir de dezembro, como ele me contu na entrevista, vai estar disponível para mulheres de todo o mundo no site net-a-porter ao lado dos principais designer mundiais. Em bate-papo com o designer empresário na flagship na Padre Chagas, em POA, Birman também anunciou outra novidade, o projeto Schutz&Friends. Dá uma olhadinha nos hight lights da conversa, na qual o sapateiro até declarou sua paixão por sapatilhas Chanel.
Posicionamento da Alexandre Birman“Não é fácil fazer um produto com alto valor agregado no Brasil . Por isso nossa estratégia foi começar primeiro no mercado dos EUA. Várias pessoas compram os sapatos aqui no Brasil depois de verem que o mesmo produto estava na vitrine da Sacks, por exemplo. Então a estratégia foi criar o conceito de como se estivéssemos trazendo a marca dos EUA para o Brasil. “
Schutz x Alexandre Birman
“As marcas são duas coisas muito diferentes. O posicionamento de marca, por exemplo: a Alexandre tem produção limitadíssima, são 20 mil pares por ano. Já na Schutz são 2 milhões, na Arezzo 5 milhões. E nós não pretendemos aumentar esse volume na Alexandre, onde o tipo de produção é muito mais artesanal, demanda um número maior de mão-de-obra especializada, além de utilizar um material mais difícil de ser trabalhado, que é o pitton. Metade das coleções é feita com peles exóticas. A produção é limitadíssima, para cada modelo são produzidos entre 18 e 20 pares apenas.
Ícones
“Na Schutz, salto meia-pata. Na Birman, salto fino.”
Exclusividade Birman
“Os sapatos da Alexandre são confeccionados em fôrma americana, mas o diferencial é que, na loja da Oscar Freire, você pode escolher dois tipos de customização. Nós medimos o pé da cliente para fazer uma fôrma com as medidas exatas e também oferecemos a opção da customização do material, ou seja, fazemos qualquer peça da loja no material que a cliente escolher.”
Criação
“Tem duas vezes no ano que eu dedico para me inspirar, que é na Lineapelle , feira de tendências que acontece em Bolonha. Lá tem muitas tendências e é um berço de inspiração, onde eu pesquiso materiais e tendências. Mas o dia a dia também é muito importante, passo todo o dia olhando para os pés, para as mulheres, revistas. É um trabalho constante.”
Cafona x Elegante
“Vou ser bem sincero. Se tem uma coisa que eu não gosto é meia de renda, tipo arrastão. Agora um símbolo de elegância é a sapatilha clássica da Chanel. Com ela a mulher não precisa de mais nada, é o símbolo do elegante. No mês passado eu estava na Europa com a minha esposa e ela estava com um sapato Alexandre Birman, mas um pouco desconfortável, pois era salto fino. Então eu presenteei ela com a única concorrente que eu deixo ela usar (fui até pretensioso agora em me colocar como concorrente da Chanel). E ela não tirou mais a sapatilha dos pés.”
Schutz&Friends
“Essa loja de Porto Alegre é enorme, tem uma arquitetura linda, uma energia ótima. Não dá pra ter mais sapato do que já tem, então eu analisei o mercado daqui e vi que as multimarcas disponíveis são bem restritas. Então decidi juntar a fome com a vontade de comer”, comenta Birman sobre o projeto Schutz&Friends, exclusivo da loja de Porto Alegre. Essa proposta de Birman, que inaugura na primeira semana de novembro, é que a loja da Padre Chagas abrigue marcas de roupas bacanas de SP e RJ, como 284, Triya, Lolitta, Thelure, Têca (Helô Rocha), Left, Pelu e M&Guia. Como muitas delas nem vendem em Porto Alegre ou comercializam apenas poucas peças em lojas multimarcas, a Schutz&Friends vai ser um presentão.
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